Chefe da diplomacia americana o declarou ‘persona non grata’; prazo foi determinado a partir da expulsão, nesta sexta-feira
Os Estados Unidos deram um prazo de 72 horas ao embaixador sul-africano em Washington, Ebrahim Rasool, para deixar o país, depois que na sexta-feira o chefe da diplomacia americana o declarou “persona non grata”, comunicou neste sábado um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-africano à AFP.
“O Departamento de Estado informou ontem que ele tinha 72 horas para deixar o país”, declarou Chrispin Phiri em um breve comunicado, confirmando as informações dos meios de comunicação sul-africanos.
O secretário de Estado, Marco Rubio, acusou Rasool de ser um “político racista que odeia a América” e a Donald Trump, em um novo ataque da administração americana contra Pretória, publicado no X.
“O embaixador Rasool estava prestes a se reunir com responsáveis estratégicos na Casa Branca. Este lamentável fato anula os avanços significativos”, lamentou Phiri, após semanas de polêmicas e preocupações sobre o futuro de Pretória dentro do acordo comercial AGOA, que permite exportar certos bens sem impostos para os Estados Unidos.
A África do Sul é particularmente criticada por Washington desde o retorno de Trump, que a acusa de tratar de maneira “injusta” os descendentes de colonos europeus e a ataca por sua demanda de genocídio contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça.
A presidência sul-africana qualificou a expulsão de “lamentável”, e o ministro de Relações Exteriores a descreveu como “sem precedentes” em uma entrevista à rede de notícias da televisão pública SABC.
“No âmbito das relações diplomáticas normais, deveria ter ocorrido um aproximamento com o embaixador para que ele explicasse seus comentários”, destacou.
Fonte: O GLOBO